Consumo de chocolate pode levar a um aumento de casos de alergia na Páscoa

Consumo de chocolate pode levar a um aumento de casos de alergia na Páscoa

Por: Marina Fernandes Rodrigues
CRN9: 20224
Gerente de linha Nutri POC – ECO Diagnóstica

Nessa época do ano o consumo de chocolate cresce exponencialmente, principalmente pelas crianças. O chocolate consiste em uma série de produtos crus e processados derivados da semente de Theobroma cacao. Ele é originário do México onde os Maias, Incas e Astecas cultivavam a árvore do cacau. A palavra “Theobroma” vem do grego e significa “alimento dos deuses”

O cacau é riquíssimo em nutrientes e propriedades funcionais: a quantidade de gordura das sementes de cacau é de 40-50%, enquanto os polifenóis compõem aproximadamente 10% do peso seco do grão. O chocolate também é fonte de minerais, como o potássio, zinco, selênio e magnésio, juntamente com vitamina E, gordura saturada (60%), monoinsaturada (35%) e ácido linoleico (3%). A quantidade de magnésio do chocolate e do cacau é extremamente alta (100mg/100g e 520mg/100g, respectivamente). O cacau também e fonte de ácidos graxos: o ácido oleico e o ácido esteárico constituem cerca de 66% da composição da manteiga de cacau (33% de cada). Adicionalmente, o chocolate possui uma proporção de gordura saturada sob a forma de ácido palmítico e contém componentes com ação farmacológica, principalmente com ação estimulante, como a cafeína (1,3,7-trimetilxantina) e teobromina (3,7-dimentilxantina) (CHAVES, 2015).

Tipos de chocolate:

Normalmente, o chocolate é uma combinação de sólidos de cacau, manteiga de cacau ou outras gorduras e açúcar. No chocolate ao leite, no qual se adiciona leite em pó ou leite condensado, há em média 30% de cacau, enquanto no chocolate amargo (que também contém açúcar) há aproximadamente 40%. Já o chocolate branco é composto por manteiga de cacau, açúcar e leite, sem adição de sólidos de cacau (CHAVES, 2015).

Dentre os ingredientes adicionados intencionalmente ao chocolate, encontram-se amendoim, avelãs, castanhas e nozes, considerados alergênicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nem sempre os agentes com potencial alergênico fazem parte da lista de ingredientes – o que significa que, em algum momento da cadeia produtiva, houve contaminação (ALVES et al., 2017).

Segundo as ASBAI (2019) as reações alérgicas ao chocolate são raras, sendo o leite o responsável pelas crises alérgicas. É de suma importância a leitura atenta ao rótulo dos chocolates antes do consumo, especialmente por indivíduos que apresentam sensibilidade a componentes alimentares pois mesmo os chocolates amargos podem apresentar traços alergênicos de contaminantes de produção ou substância capazes de desencadear reações graves ao sistema imunológico,

 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E IMUNOLOGIA. Alergia Alimentar. In: ASBAI et alAlergia Alimentar. 1ª. São Paulo, 19 nov. 2019. Disponível em: https://asbai.org.br/alergia-alimentar-4/. Acesso em: 11 abr. 2022.

ALVES, Márcia Keller et al. Presença de Alérgenos e Aditivos Alimentares em Chocolate Branco. Higiene Alimentar, [S. l.], v. 31, n. 270/271, p. 1-6, 31 jul. 2017.

CHAVES, Daniela Fojo. Nutrição Clínica Funcional: Compostos Bioativos dos Alimentos. In: NUTRIÇÃO Clínica Funcional: Compostos Bioativos dos Alimentos. [S. l.s. n.], 2015. cap. 7, p. 134-157.

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