20 set Dermatite atópica e alergia alimentar: existe relação?
Por: Marina Fernandes Rodrigues
CRN9: 20224
Gerente de linha Nutri POC – ECO Diagnóstica
A dermatite atópica é uma doença inflamatória da pele, que se apresenta em forma de eczema. Acomete principalmente crianças e adolescentes, caracterizada por distribuição típica, prurido extremo e um curso cronicamente recorrente (MANSUETO, 2006).
A fisiopatologia da dermatite atópica é extremamente complexa e pode ser resultado da interação entre genética, ambiente, respostas imunológicas, barreira cutânea alterada e infecções. Os desencadeantes ambientais que mais merecem destaque são os ácaros da poeira domiciliar e alimentos. Os alérgenos alimentares tem um papel importante na patogênese, particularmente nas crianças e nas formas mais graves da doença. A sensibilização ocorre no trato gastrointestinal, com alteração da barreira intestinal, influenciando a absorção de proteínas alimentares e na estimulação do sistema imunológico que passa a reconhecer aquela partícula alimentar como alérgeno (PRADO, 2013).
Os principais alimentos ou grupos de alimentos que podem desencadear problemas de pele, são o amendoim, o camarão ou o kiwi. Também é possível ter alergia ao ovo, ao leite de vaca e seus derivados. Em cerca de 35% das crianças com doença moderada a grave, apresentam anticorpos IgE séricos específicos para alérgenos alimentares contra leite de vaca, ovo, soja e trigo. A ingestão de alimentos específicos pode provocar um agravamento acentuado das lesões cutâneas (PIRES, 2020).
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de alergia alimentar na dermatite atópica é baseado na história clínica, avaliação laboratorial e dietas de eliminação validadas por testes de provocação oral. Os testes de sensibilidade cutânea de leitura imediata e as dosagens de IgE específica para alérgenos alimentares podem ser de grande ajuda no diagnóstico de sensibilização a alimentos (PRADO, 2013).
Quanto ao tratamento, existe a ingestão de medicamentos com foco para tratar os sintomas e o ajuste da alimentação do paciente para que ele evite consumir os alimentos que mais desencadeiam as crises.
Referências bibliográficas:
Mansueto P, Montalto G, Pacor ML, Esposito-Pellitteri M, Ditta V, Lo Bianco C, Leto-Barone SM, Di Lorenzo G. Food allergy in gastroenterologic diseases: Review of literature. World J Gastroenterol. 2006 Dec 28;12(48):7744-52. doi: 10.3748/wjg. v12.i48.7744. PMID: 17203514; PMCID: PMC4087536.
PRADO, Prof. Dr. Evandro. Dermatite atópica e alergia alimentar. In: NESTLÉ NUTRITION INSTITUTE (Brasil). Dermatite atópica e alergia alimentar. 1ª. [S. l.], 22 ago. 2013. Disponível em: https://brazil.nestlenutrition-institute.org/publicacoes/publication-series/publicacoes/details/dermatite-atopica-e-alergia-alimentar. Acesso em: 29 mar. 2022.
PIRES, Mario Cezar. Dermatite atópica e alergia alimentar: existe relação? In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA (Regional São Paulo). Dermatite atópica e alergia alimentar: existe relação? 1ª. [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.sbd-sp.org.br/geral/dermatite-atopica-e-alergia-alimentar-existe-relacao/. Acesso em: 29 mar. 2022.
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