
06 fev Reações de hipersensibilidade a aditivos alimentares – conservantes, antioxidantes, intensificadores de sabor
Por: Marina Fernandes Rodrigues
CRN9: 20224
Gerente de linha Nutri POC – ECO Diagnóstica
Witkowski et al. examinam no artigo citado as reações adversas do organismo a aditivos alimentares, como conservantes, antioxidantes e realçadores de sabor. Esses componentes, amplamente utilizados na indústria alimentícia, têm como objetivo prolongar a vida útil dos produtos, evitar a oxidação e melhorar o sabor. No entanto, o artigo destaca que algumas pessoas podem experimentar reações de hipersensibilidade a esses aditivos, resultando em sintomas que variam de leves a graves.
Tipos de reações e mecanismos:
O artigo detalha os dois tipos principais de reações adversas a aditivos alimentares: reações alérgicas (mediadas pelo sistema imunológico) e reações não imunológicas (como a intolerância). As reações alérgicas, que envolvem a ativação do sistema imunológico contra substâncias específicas, podem ser mais severas e incluir sintomas como urticária, dificuldades respiratórias e até anafilaxia em casos extremos. Já as reações não imunológicas, como as causadas por sensibilidades ao glutamato monossódico (MSG) ou aos sulfitos, não envolvem uma resposta imune direta, mas ainda podem causar desconforto, como dor de cabeça, náuseas ou irritação gastrointestinal.
Os aditivos mais frequentemente implicados em reações de hipersensibilidade incluem:
• Conservantes: Sulfitos e seus derivados, como o dióxido de enxofre, que são utilizados para prevenir a oxidação e o crescimento bacteriano, podem provocar reações alérgicas em algumas pessoas, principalmente em indivíduos com asma.
• Antioxidantes: Substâncias como o BHA (butylated hydroxyanisole) e o BHT (butylated hydroxytoluene), usados para prevenir a deterioração de alimentos ricos em gordura, têm sido associados a reações adversas, especialmente em indivíduos sensíveis.
• Realçadores de sabor: O glutamato monossódico (MSG) é um exemplo clássico de realçador de sabor que, embora geralmente considerado seguro, pode provocar sintomas como dor de cabeça, suores e formigamento.
A identificação precisa das substâncias responsáveis por essas reações é essencial para o manejo adequado. O diagnóstico envolve, muitas vezes, testes de eliminação e provocação, onde a pessoa é orientada a remover certos aditivos de sua dieta e, em seguida, a reintroduzi-los sob supervisão médica para observar as reações.
Além disso, o artigo destaca a importância da rotulagem clara dos alimentos, para que os consumidores possam identificar facilmente os ingredientes aos quais são alérgicos ou intolerantes. A legislação de vários países exige que certos aditivos, como os sulfitos e o glutamato, sejam explicitamente listados nos rótulos dos alimentos.
A pesquisa científica também aponta para o desenvolvimento de alternativas mais seguras e naturais para os aditivos alimentares. Técnicas como a utilização de antioxidantes naturais, como os extratos de ervas, ou a modificação de processos de preservação sem o uso de aditivos químicos, têm ganhado atenção. Essas alternativas visam reduzir os riscos de reações adversas, ao mesmo tempo em que mantêm a eficácia de conservação e sabor dos alimentos.
Conclusão
O artigo conclui com a recomendação de um acompanhamento contínuo da segurança dos aditivos alimentares. Embora a maioria das pessoas não apresente reações adversas, o aumento da conscientização sobre a hipersensibilidade a certos aditivos é crucial. Além disso, é necessário um esforço contínuo para aprimorar as alternativas e garantir que os alimentos sejam seguros para todos os consumidores, especialmente para aqueles com sensibilidades alimentares específicas. O avanço de pesquisas científicas é fundamental para compreender melhor os mecanismos dessas reações e para desenvolver opções mais seguras e eficazes para a indústria alimentícia.
Referência: WITKOWSKI, Mateusz; GRAJETA, Halina; GOMUŁKA, Krzysztof. Hypersensitivity reactions to food additives-preservatives, antioxidants, flavor enhancers. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 19, n. 18, p. 11493, 2022. DOI: 10.3390/ijerph191811493.
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